Pra não dizer que nunca falei de amor...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

“Era uma vez” é o começo perfeito para esse conto, primeiro pelo verbo estar no pretérito e segundo pelo “uma vez”, porque cada amor é único.


Era uma vez uma garota [bonita, inteligente, extrovertida, leviana, malandra], que conheceu um garoto [bonito, inteligente, extrovertido, leviano, malandro], quem me disser que não existe amor a primeira vista não sentiu o que eles sentiram naquela noite. Uma noite qualquer, numa festa qualquer, com amigos quaisquer, primavera, época de amores, de flores e de dores.

[Ele]

“Eu já tinha visto aquela garota dos olhos castanhos quase claros, seios fartos e voz rouca diversas vezes, mas nunca havia espaço para qualquer conversa, pelo seu tom desbocado e rude que sempre assustou os homens, mas ela estava ali, parada. Diferente de todas as mulheres da festa, ela estava sem um pingo de maquiagem, sem escova no cabelo, sem salto, da maneira mais natural que poderia ser, e ela era estonteante, não pelo padrão de beleza da sociedade, mas havia algo nela ali que me encantava... Observei-a por um tempo, pensando na cantada barata que eu ia jogar, pra tentar arrancar um sorriso daquela boca em formato de coração que ela tinha...”

[Ela]
“Não havia palavras para descrever o quanto eu não queria estar ali, naquela festa idiota, naquela noite idiota em que meu ex-namorado idiota havia me dispensado de vez, saí de casa com a primeira roupa que vi, sem maquiagem, sem salto, sem escova, não estava afim de qualquer contato físico com ninguém, pela insistência do meu irmão e dos meus amigos fui a festa, afinal eu era a dona do único carro disponível naquela noite, não tinha muita escolha. No meio da multidão, enquanto meu irmão e meus amigos se esbaldavam com todas as mulheres possíveis eu estava ali parada, putadavida, quando percebi aquele garoto me olhando de longe, não tão longe, mas o suficiente para eu perceber que ele estava para dar o bote a qualquer momento. Afinal depois de tantos anos colecionando homens e os observando, eu já sabia prever o que qualquer cara iria fazer para chegar até mim... O garoto não era bonito, cabelos lisos meio grandes e meio despenteados, os olhos marcantes, castanhos quase claros, cerveja na mão, e uma pose que eu nunca havia visto, era uma mistura de Charlie Harper com Jhonny Depp, sexy e arrogante, atraente e engraçado. E em segundos eu me vi paralisada. Por que cargas d’água eu estava analisando tantos detalhes de um cara que eu nunca vi na vida? De uma coisa eu tinha certeza, ele estava preparando uma boa cantada para quebrar o gelo, com esse ar de galanteador barato que ele tinha, não podia esperar menos. Me fiz de doida e esperei ele chegar...”

[Ele]
“Fui chegando perto, esperando que ela não notasse, mas creio que não houve jeito, ela já estava me olhando, quando cheguei perto o bastante para falar qualquer coisa, ela me virou a cara, minha única saída foi chamá-la para dançar, não que eu seja um péssimo dançarino, mas também não sou nenhum profissional. Enquanto enrolava a dança, a musica acabou e eu vi minha primeira brecha para a primeira piada: “o cantor disse que quando a musica terminasse, eu tinha direito a um cheiro no pescoço”... Enquanto eu me envergonhava da merda que falei, ela riu. Na hora eu soube que estava no papo, pelo menos pelos próximos 5 minutos eu pensei isso, foi quando ela mudou sua postura, foi como se eu me visse nela, uma mulher galanteadora barata igual a mim, assumiu o controle como nenhuma nunca havia feito. Perguntou-me se eu estava com alguém [eu que havia acabado de traçar uma morena no carro, meu cabelo ainda estava despenteado], na hora disse que não, e imediatamente ela me pegou pela mão me levou pra um lugar menos turbulento para podermos fumar um cigarro, e ela começou a jogar seu charme, mas não era um charme comum, era o mesmo charme que eu jogava nas mulheres, uma coisa muito atraente, foi como se eu tivesse sido enfeitiçado pelo meu próprio feitiço...”

[Ela]
“Quando eu o vi se aproximar, já sabia que ele iria vir com uma cantada barata, e meu humor não andava muito bom naquela noite, na hora por reflexo virei a cara, esperando que ele desviasse o caminho ou fosse cantar qualquer mulher ao meu lado. Mas não ele me chamou pra dançar, e eu pensei: porque não? Em meio aos passos desengonçados dele, a musica terminou e eu por um milagre do destino tive vontade de ficar com ele, na hora mudei de atitude e assumi o controle, pois não gosto de ser caçada, eu gosto é de caçar, assim que vi a carteira de cigarro no bolso dele, tirei ele do meio da multidão com a desculpa de fumar um cigarro, para podermos conversar melhor, e aí sim, comecei a ajeitar meu terreno para o MEU bote...”

Só posso contar em versões separadas até o primeiro beijo deles, que foi logo após essa conversa, pois depois disso, eles eram um só, 5 dias depois assumiram o namoro, relâmpago, que assustou a todos os amigos e familiares. Mas eles eram um, eram únicos, eram projetados um para o outro, tinham as mesmas manias, as mesmas qualidades e os mesmos defeitos, se encaixavam perfeitamente da forma mais visceral que existe. Eles completavam a frase um do outro, não precisavam falar para se comunicar, tinham uma linguagem corporal própria, que eles e somente eles entendiam, e não se desgrudavam. Duas almas tão inconstantes e levianas que foram feitas para se encontrar. Queridos seguidores desse blog, eles dois tinham até o mesmo passado, mesma quantidade de ex namorados(as), cada um que havia colecionado mais amantes e ficantes, e despedaçado corações com seus joguinhos de conquista, pois não havia ninguém no mundo que soubesse enganar, trapacear e mentir como eles dois, e o universo conspirou para que eles se encontrassem.

E foi o feitiço virando contra os dois feiticeiros, eles estavam completamente vulneráveis, sem jogos, sem mascaras, sem armaduras, a forma mais pura que o amor poderia assumir, eles se entregaram um ao outro inteiramente, de corpo e alma. Eram completamente apaixonados um pelo outro, e faziam inveja a qualquer casal que passasse na rua, pela cumplicidade, pelo carinho, pelo jeito que ele olhava pra ela e ela pra ele. E eram beijos perfeitos, sexo perfeito, gritos, cheiro, paixão, loucura, coisa de outro mundo, coisas que não se explica com palavras, era saudade que machucava cada minuto, era a felicidade no seu estado mais absoluto, eles preencheram com maestria os respectivos vazios que existia em cada um.

E o tempo foi passando e tudo virou um conflito de egos, e como toda boa historia de amor acaba em tragédia, essa não poderia ser diferente...

O garoto aprendeu que joguinhos apesar de serem legais, machucam. A garota aprendeu que nada dura para sempre, por mais mágico que seja. E agora no final do conto eu volto a falar sobre eles separados. Hoje em dia eles vivem a vida normalmente, com seus novos amores, com seus novos joguinhos, não posso afirmar que não se amam mais, mas eles vão viver assim, separados, e felizes para sempre.

Vocês devem estar achando uma merda o final de um conto de amor ser tão sem graça e tão rápido assim, sabe por que é assim? Porque ele é baseado em fatos reais. Na verdade um fato, mas real o suficiente para ser chamado de amor.


***

Beijos e boa leitura

Minha Lira dos 20 e poucos

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Texto escrito por mim e inspirado por meu querido amigo Fahad, que por trás de uma cara de mau, Ray ban estiloso, jaquetas de couro e barba mal feita, esconde um coração grande, uma cabeça que pensa alto e uma personalidade inigualável.

Nesses meu 20 e poucos anos [23], eu vivi em constantes mudanças, e perante toda mudança há o caos, portanto, eu vivo em um caos infinito. Eu erro, tenho um grande vicio pelos erros, acerto muito também, mas erro mais.

Em meio a essas duas décadas e uns quebrados, eu já vivi muita coisa, algumas normais, outras não, mas uma coisa eu tenho certeza: eu não pertenço a esse mundo.

Não somente pelo fato de todas as pessoas que eu conheço me chamarem de doida, os meus amigos mais próximos me dizem que ninguém vê o mundo como eu. É automático, em meio as discussões e argumentos, eu escuto “Marcela, ninguém é obrigado a ver o mundo como você.”

E não é mesmo... Procuro explicação todos os dias pra minha cabeça ser assim, eu ajo sempre de acordo com meus pensamentos, e sou incrivelmente metódica em relação a eles, e paradoxalmente para as pessoas eu ajo sem pensar sempre.

Até poderia colocar esse texto em “Teoria das coisas certas e erradas”, até porque de acordo com a lei eu sou mais errada do que certa, e sou muito feliz assim.

Em teoria posso dizer que eu vivo intensamente, sou porra louca, não tenho vergonha de nada, falo com desconhecidos e faço amizade, vou atrás do que quero, não tenho medo de mudar, nem de falar o que penso.

Acho que aprendi a ser assim, depois de tantas quedas, tantas decepções, cheguei a conclusão que sofrer é bom, as pessoas tem a mania de querer fugir das dores, eu não, eu sofro mesmo, eu curto a minha dor no sentido mais profundo, eu fico sentindo cada parte dela, física ou emocional, creio que assim ela passe, não mais rápido, mas de vez. Para as pessoas que acham que eu não sofro, ou não tenho coração, o segredo tá revelado. Eu penso sempre pra frente, e a maior verdade do universo é “tudo passa”, então eu curto a dor e espero passar.

O maior erro é almejar a alegria tentando se desvincular das tristezas, não é masoquismo, mas sofrer faz bem, chorar alivia, e decepção ensina. E dentre esses 20 e poucos, uma das coisas que eu mais me orgulho é de saber sofrer, como ninguém. E saber curtir cada momento da minha vida como se fosse o ultimo, porque um dia eu acerto.

Dessa vida não pretendo levar nada, mas quem sabe através das minhas palavras alguém descubra uma forma de evoluir interiormente, não tenho nada, e estou só no começo. E em meio a esse caos todo que sou eu, há ordem e sensatez. Posso não impressionar ninguém com esse texto, afinal é impossível me explicar em algumas palavras, mas se um dia você quiser arriscar... sou uma caixa de surpresas.

E fico por aqui. Por enquanto.


Beijos e boa leitura

Benditas Sextas

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Toda sexta-feira à noite eu era o próprio inferno: queimando, derretendo lágrimas por você, pensando nos bares que freqüentamos, nos chopes que tomamos, nas risadas, no boca-a-boca em público, em particular, no chororô bêbado que dávamos juntos enquanto derrubávamos mais uma cerveja. E você me agüentava e eu te suportava e queríamos nos bater e éramos inseparáveis. Depois de tudo tudo tudo eu ainda te ligava nas benditas sextas. Até que um dia você cansou, desistiu, não agüentou e deixou de atender a meus telefonemas. E mesmo assim eu sempre inventava, comprava, pegava emprestado algum outro telefone para te ligar, mas aí não tinha mais jeito. Você já sabia que quando seu telefone tocasse seria eu desesperada ligando, eu desesperada, eu desamparada, eu, Deus e nada te ligando, te lembrando, te beijando nos meus pensamentos, te iluminando no meu sofrimento e até as grosserias e os "eu-te-odeio"s eu amava. E chorava. Eram rios de lágrimas, mas nas sextas-feiras, nas benditas sextas-feiras eu ainda me crucificava só para ouvir o seu "alô". Até que um dia me peguei sorrindo, sem saber por que. E sorri feito uma boba o dia inteiro, a semana inteira, o mês inteiro. Não sabia o que era aquilo, sorria e ria e contava piadas e ligava para amigos e não fazia a mínima por que. Até que perguntaram por você. E o incrível foi... eu simplesmente não sabia, não tinha idéia de você. A verdade é que eu passara o primeiro dia em 6 meses sem pensar em você. Nem seu rosto, nem seu nome, nem seu sexo, nem seu toque e é como diziam: a ficha caiu. Mas, dizer que a ficha caiu era pouco, pois não foi só uma, foram várias, foram centenas, milhares, milhões de fichas caindo, eu caindo para fora do meu abismo e foi uma semana inteira de fichas e sorrisos bobos e os lindos comentários: "nossa, como você está radiante!" e de repente meu coração voltou a bater, voltou a viver e eu não te amava mais, amava outro alguém. Alguém que merecia, como sempre mereceu. Alguém que precisava e sempre precisou do meu amor. Sim, amava alguém. Finalmente, pela primeira vez e para o resto da vida, amava a mim mesma.

***

Beijos e boa leitura

Minhas Poesias pré Adolescentes II

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eu fico tão feliz quando as pessoas elogiam meu blog, o dia de hoje tem postagem dupla, em homenagem ao meu querido amigo Herick, que disse que tava viciado no blog. E isso me dá tanto orgulho!


Mais uma da sessão caderninho de poesias de 1999


Tentar


Às vezes tento disfarçar, mas não consigo

Olho para o lado, lembro de ti

Olho para baixo, e você aparece em minha mente

Olho para cima e vejo as estrelas

Que assim como você, brilham e iluminam meu rosto

Olho para frente, vejo você vindo em minha direção.

É pura ilusão

Resolvo me esconder dentro de mim,

Mas não tem jeito

Em mim só há você

Não posso esconder

Eu te Amo.


***


Herick querido, é por causa de pessoas como vocÊ que eu amo escrever nesse blog.



Beijos e boa leitura

Minhas poesias pré adolescentes.


Entre um dia nostálgico e outro, entre cartas de amor de ex namorados, achei um caderninho muito antigo, ele tem aproximadamente uns 10 anos ou mais, quando eu costumava sofrer por amor, e fazer poesias bonitinhas, antes de perceber que eu gosto mesmo é de escrever coisas mais reais, mas valeu a pena, elas até que são bonitinhas.

A maioria é dedicada a um garoto que eu amei, nunca o tive, aliás, já tive, mas ele nunca foi meu. Mas foi meu estopim para eu começar a escrever, isso eu devo muito a ele. Hoje somos bons amigos, e acredito que ele nem saiba o quanto ele representou na minha vida.

Enfim... Poesia pré adolescente Número 1

Retratos

Tenho olhado de vez em quando seus retratos
Que quase acredito que eles sejam reais
Tinha vivido tanto tempo com as minhas imagens suas
Que quase acredito que essas imagens
Sejam tudo o que posso sentir.

Fico lembrando da gente se abraçando apertado
Como sempre nos abraçávamos
Hoje eu nao tenho mais você
Talvez se tivéssemos usado as palavras e atitudes certas...
Eu não teria me separado dos seus retratos

Pois não havia nada no mundo que eu quisesse mais
Do que amar você,
E não há nada no mundo que eu queira mais
Do que nunca me separar de seus retratos...

******

Ps.: Os retratos ainda existem, o sentimento, não mais. Mas relembrar é sempre muito revitalizante.


Beijos e boa Leitura

Devaneios...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

São 5h da manhã, e eu aqui em meio a mais uma noite de insônia que já dura quase 6 meses.

Devaneios, pensamentos, raiva, amor [ou não], mentiras, verdades, intrigas, paz [de espirito, corpo], errar, aprender, tentar...

Querer estar com alguém que não posso, poder estar com alguém que não quero, querer estar só sem saber, saber estar só sem querer.

E eu sinto tanto a sua falta...

Riscar um papel tentando acompanhar meus pensamentos e criar um texto sem sentido [talvez pra você].

Família, amigos, trabalho, estudo, ócio, como se nada mais fizesse sentido, ou como se tudo isso, ou nada me fizesse ter forças para seguir em frente.

Carinho, carência, sexo, lembranças, de você, de mim, de mim com você, de você sem mim.
Medo, angústias, dívidas e promessas, simgular e plural, primeiro, último, fim, meio e começo.

Olhar pra trás e não se arrepender, olhar pra frente e permitir não saber.
Paradoxos, paradigmas...

Ver o corpo cansado e não conseguir acalmar a cabeça. Trocar o dia pela noite, pois a noite me transmite um pouco da paz que eu mereço [ou não].

Observar duas páginas de um caderno velho serem preenchidas em menos de 3 minutos.
É ter tudo em suas mãos e não ter nada.
Querer estar sozinha no meio da multidão.

Ser tão prepotente ao ponto de achar que ninguém é bom o bastante para mim, sempre me falta um pedaço. Aquele pedaço que você preenchia com maestria.

Ver as palavras sendo escritas quase que por si só...
Mistura de sentimentos, não sentidos. Não conseguir terminar nada e querer começar tudo.
Ver os dias passando e as mãos se atando. Viver...

É pensar em você, quando na verdade não sei bem em quê ou quem penso, por quem minha cabeça paira, até porque tenho certeza que minha cabeça pertence a outro mundo, à outra época, outro corpo, outro coração.

Estar num lugar onde não sei...

Me sentir feia e linda, inteligente o bastante para não me achar burra, burra o suficiente para deixar a cabeça descontrolada sempre.

Terceira página, e a insônia vai indo embora, em meio a todos esses devaneios vocês devem estar se perguntando como eu sobrevivi a essa noite. Bem essa é uma noite comum, como todas as outras, eu sou a dona [ou subordinada] de uma mente inquieta, eu vivo desses devaneios e eles vivem através de mim.

Sou completa e ao mesmo tempo vazia.

Incompreendida no sentido mais amplo que essa palavra pode assumir. Preguiçosa, louca varrida, etílica, inquieta, intensa, bipolar, tripolar, imparcial, mesquinha, egoísta, carente, prepotente, dona do mundo, entre todos os defeitos que queiram atribuir a mim.

Quando enfim chega o sono, acompanhando de uma epifania, dentre tantas coisas que eu sei fazer muito bem, escrever é a que mais me acalma, que mais tenho paixão.

Isso é apenas uma pequena parte de tudo o que se passa pela minha cabeça em 5 minutos de uma noite inteira de uma vida toda.

Infelismente minha cabeça é acelerada e minha mão é lenta....

Beijos e Boa Leitura.

De onde vem a teoria das coisas certas e erradas? PARTE III

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Primeiramente queria agradecer a todos que estão acompanhando o blog, recebi vários pedidos para postar logo a continuação da segunda parte, particularmente eu sou meio lenta, eu fico ajeitando o texto na minha cabeça pra depois passar pro papel, e somente depois para o PC.

Eu prometi que essa terceira parte seria sobre traição, mas vou falar sobre os relacionamentos em geral, e pego o gancho pra traição.

Enfim, vamos ao que interessa, andei pensando muito ultimamente, ao meu redor vejo muitos casais que começam, terminam, começam, terminam, e isso vira um ciclo vicioso, em que ambas as partes acabam se desgastando. Isso não é novidade para ninguém, mas parando pra pensar, são coisas simples que poderiam ser mudadas e evitariam muitas brigas e separações.

Por exemplo, por que “namoro” hoje em dia é quase como uma compra, com nota fiscal e tudo mais, é cheio de regulamentos, de abdicações, de regras, de contratos. É uma possessividade, um sentimento agressivo que se instala nessas pessoas, como se nada mais no mundo existisse, como se fossem duas maquinas, sem passado, sem vida sem nada. Começando pela satisfação 24h que os namorados tem que dar pras namoradas e vice e versa, é uma mania que aumenta a cada dia, começa com as satisfações somente quando vão sair de casa com alguém que não seja seu familiar, e chega ao ponto de ter que avisar que vai tomar banho.

E os contratos? Pode ir pra festinha na casa do povo, mas sozinho (a) pra festa não pode, ou então: festa pode, só não pode festa de forró. Pode falar com as pessoas do sexo oposto, mas abraçar não, exnamorado(a) então nem se fala. Eu to começando pelas coisas leves, já vi coisas absurdas, obsessivas, compulsivas; já vi gente brigando por causa de Orkut, já vi namoradas e namorados apagarem números de telefone da agenda do outro, já vi gente que rouba a senha dos emails pra fuçar a vida, contratar hacker pra descobrir senha de MSN, presenciei um casal em que a namorada só podia ir pra aula quando o namorado fosse. Se eu for citar aqui todas as barbaridades que eu conheço, eu não termino hoje.

O ponto onde eu estou tentando chegar é: as pessoas deveriam pensar menos nas coisas ruins e parar um pouco de desconfiar do universo e passar a confiar mais em si mesmas. Não é a toa que as pessoas traem [eba! Começou]. O ser humano não é monogâmico, definitivamente, nós somos portadores de instintos e vontades, nós amamos, sim, mas a vontade existe, a grama do vizinho é mais verde, comer arroz e feijão todo dia enjoa. Ou você tem a versatilidade para ser um prato diferente a cada dia da sua vida, ou um dia cansa, sempre cansa. Não acho que traição seja a coisa mais absurda e inaceitável do mundo, acredito até que seja bastante normal. O que me magoa realmente é a mentira, a falta de consideração.

Quem ama, trai. Isso é um fato, desculpem-me os românticos de plantão, não desacredito no amor, mas acredito que somos seres humanos, e temos nossas fraquezas, a carne é sempre fraca. Não existe pessoa no mundo que não olhe de lado, podem me chamar do que for, que atire a primeira pedra quem nunca pelo menos pensou em trair o namorado, marido ou qualquer uma das formas de relacionamento que existem hoje[mundo moderno, os relacionamentos foram fragmentados em vários estágios].

Existe um mito que homem trai mais do que a mulher, quando eu digo mito, podem acreditar, é mito mesmo, os homens não traem mais, eles traem tanto quanto as mulheres, o que diferencia é que os homens descobrem menos, as mulheres são realmente mais espertas e mais sensitivas para isso. Outra grande diferença é o motivo, os homens traem por muito menos do que as mulheres, uma mulher não trai por uma noite de sexo, porque o cara é gostoso e tá dando mole, os motivos femininos são mais interiores, é aquele pedacinho que falta pro companheiro completar, porque venhamos e convenhamos, completar uma mulher é tão fácil quanto assoviar e chupar cana. São nessas falhas que as mulheres procuram outros “caminhos” para se preencher, mulher gosta de sexo tanto quanto os homens [FATO], mas envolvem outras circunstancias aí.

O homem não, ele trai por trair, ele é um poço de instintos machistas, e esse é um dos maiores problemas na sociedade, o homem pode, a mulher não. Tem homem que trai só pra se gabar pros amigos, pra não se passar por dominado, para não se inferiorizar, etc...
O ato de trair muitas vezes melhora um relacionamento, me desculpem os comprometidos que estão lendo, mas é verdade, é como férias do emprego, você ama o que faz, mas mesmo assim anseia pelas férias, para logo após voltar ao trabalho mais disposto e relaxado. Uma noite de sexo casual com uma mulher boa de cama, ou um homem idem, faz você voltar para casa com muito mais paciência, diminuem as brigas, a rotina fica menos enfadonha.

Um relacionamento é como uma sociedade, você tem que conviver com uma pessoa que faça o papel de um bom sócio, para dividir as tarefas, as alegrias, as tristezas, os valores e os princípios. Existem casais que se dão super bem no cotidiano, mas o sexo já não é lá essas coisas, enquanto existem amantes ardentes que não suportam conviver mais que a permanência de um motel.

O melhor é estar com uma pessoa que não te faça ter vontade de trair. Pelo menos por um tempo.

Resumindo: trair não é um fardo imperdoável que você tem que carregar pro resto da vida, somos humanos, temos pensamentos libidinosos, fantasiamos, temos vontade. A maior traição na minha opinião é a traição a si mesmo, a suas próprias vontades, se está com vontade de beijar, abraçar, transar com outro, qual a melhor escolha? Trair o outro ou a si mesmo? Nada pior que uma oportunidade perdida.

Muitas pessoas vão me perguntar se eu já fui traída. Sim, já fui, muitas vezes, perdoei todas. Mas o ato de perdoar só é válido se for absoluto. Sem ter que reviver esse fato em todas as brigas.

E para os ex namorados que vão ler esse texto, sabem que metade das coisas que eu falei ali no começo eu não cumpro, mas já dizia o ditado, quem não sabe fazer, ensina.

Beijos e boa leitura

*******

não termina por aqui...

Para mim

segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Eu já ouvi falar que amigos sentem as dores do outro, ou as alegrias, ou qualquer sentimento que seja.
Mas nunca vi alguém escrever algo sobre mim dessa forma, tão absoluto.
Texto escrito pela minha grande amiga Deborah, que não somente entendeu o que eu passava como soube tranferir pro papel com a maior perfeição do mundo.
Obrigada amiga te amo!

[não tem título]
Por: Deborah Vale (nada/muito) [kkk]

Entre um carinho e um sorriso... você!
Antes, bons amigos
De repente um tom delicado me roubou a atenção
Seu rosto no meu, sua boca na minha e as carícias enfim começaram
No inicio imaginei que seria apenas uma fantasia, uma aventura
E hoje acredito que seria uma ousadia te querer novamente
Sinto um afeto no seu sorriso que a cada minuto volta intensamente
O que sinto é arrebatador
No meu silencio tento expressar meus sentimentos
Enormes, mas morto por ser fraca
Sinto meu coração descompassado
Uma onda de calor me envolve
As circunstâncias ruins me causam dores
Sinto-me inquieta
E a realidade me desagrada
Mas vivo e aceito o seu momento
As dores serão curadas
E esse doloroso silêncio que no meu peito sinto doer, amenizarei com o tempo

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Falou e disse!

Nega tu é estrogonoficamente fuderosa.

Te amo

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e para os seguidores do "teoria das coisas certas e erradas", a terceira parte sai já....

beijo, boa leitura

De onde vem a teoria das coisas certas e erradas? PARTE II

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Admito que a segunda parte do texto seria sobre traição, porém ultimamente tenho pensado muito sobre a palavra “amizade” e seus significados. Não entendo de onde vieram todos esses significados tão fechados pra se ter um amigo. E o que na verdade ser amigo significa?

Qualquer semelhança com a sua vida ou a minha vida é mera coincidência.

Acho um absurdo essa palavra tão linda ter tantos paradigmas. Vamos começar pelos contratos que se fazem para ser amigo, o que a pessoa necessita para ser um amigo? “Ah! Fulano não é meu amigo, é só meu colega.” Por quê??? Por que ele nunca te viu chorando nem nunca fez nada de muito extraordinário por você, ou ele não te conhece há um determinado tempo para se tornar amizade. Em minha opinião isso é tudo balela! Um amigo é algo que se escolhe, é meio que química, é de cara. Vejo muitas pessoas separarem suas amizades de uma forma vertical, por intensidade ou por tamanho pode-se dizer. Eu não, meus amigos são separados horizontalmente, ninguém é mais que ninguém, todos os meus amigos são os melhores, se não fossem, que sentido isso teria?

Cada um ocupa um determinado espaço em minha vida, e cada um desses espaços eu preenchi com o melhor deles, existem aqueles que eu escolhi para conviver comigo, outros não, uns são meus alicerces, outros apenas casuais, mas todos amigos, e todos melhores. Não importa quão pouco uma pessoa faz por mim, ou quantas vezes na semana ela me liga, ou muito menos quantas vezes ela já me viu chorando, ou me emprestou dinheiro, eu não meço valor de amigos.

E esse conceito estúpido de amizade que criaram? “Não existe amizade entre homem e mulher”. Acredito que não existe mulher no mundo que tenha mais amigos homens que eu, e essa é a maior baboseira que já ouvi na vida. De onde veio essa teoria de que o desejo anula o sentimento de amizade? Quem foi o infeliz que disse isso? Amizade é um sentimento [FATO], paralelo a todos os outros, não acredito que desejo, beijos e sexo sejam capazes de acabar uma amizade. Isso se chama imaturidade, não saber separar as coisas, é deixar a paixão passar por cima, uma amizade só acaba por falta de conversa, por falta de consenso, por falta de consideração. Quando você possui um relacionamento sólido e bem resolvido com os seus amigos, isso não acontece.
Salientando que eu estou falando de amizade homemxmulher, que na maioria das vezes acontece o desejo.

Quer coisa melhor do que se relacionar com um amigo? Uma pessoa que já conhece você, que não se faz necessário usar máscaras pra impressionar? Uma pessoa que já viu você sem maquiagem com o cabelo amarrado com uma caneta, de chinelo e camiseta, as 7h da manhã, P da vida pra assistir aula, e mesmo assim acha você ATRAENTE. É como começar uma corrida da metade, a sensação é indescritível. É um “quÊ” a mais, uma coisa extra, e não uma anulação de tudo o que vocês tiveram no passado. Com exceção é claro, quando esse “a mais” passa a ser uma coisa séria, mas isso é papo pra outra hora. Refiro-me aqui a amigos com “benefícios” casuais.

Em muitas das minhas discussões de umas semanas pra cá [que foram muitas], eu sempre chego com a seguinte pergunta: Qual o conceito de amizade? E por que cargas d’água existem regras pra essa merda? Não se assustem com o meu tom meio hostil, mas esse assunto me assombrou muito essas semanas. Não me conformo com a cabeça fechada que as pessoas têm em relação a um sentimento tão bonito. Não me conformo com hipocrisia. Não me conformo com muita coisa, minha cabeça não gira como a do resto do mundo.

Não existe conceito, não existem regras, não deveriam existir paradigmas para amizade. Ela deveria ser aproveitada, ser curtida, em toda sua extensão, de todas as formas e valores.

Confesso que não sei conceituar amizade, e acho que isso é o que me torna mais feliz.

**********

To be continued....
 
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