Carta ao desamor

terça-feira, 30 de março de 2010

Por tanto tempo te esperei, pra te ter, pra te tocar enquanto meu, te esperei por completo, sem obstáculos, acreditando que o meu amor fosse agüentar todo esse tempo.


Agora você está aqui e nada mais faz sentido, não me sinto feliz nem completa. Seus beijos não são mais os mesmos, seu cheiro já não me encanta, sua pele já não me arrepia, seu corpo não é mais meu e nossos orgasmos se esvaíram.


Fico pensando se foi culpa do tempo, se foi culpa nossa ou se isso é uma história sem culpados e tudo está como deveria.


Por agora os outros não parecem mais outros, talvez nossos caminhos devam mesmo se desencontrar, por mais extraordinário que pareça, nossos corpos respondem muito melhor as nossas companhias atuais, aquela mágica que só nós possuíamos, agora não passa de meras lembranças. E nossas fotos e memórias são tudo que nos resta do nosso amor.


Tinha me acostumado com o fato de te amar eternamente que acabei me esquecendo que vivi todos esses anos sem você e muito bem, obrigada.


Talvez por eu ser uma poetisa, falsa e dissimulada, como haveria de ser, eu tenha fantasiado e ludibriado o meu sentimento, floreando e rabiscando belos versos sobre o passado. Sem me tocar que o presente que me toma.


Ou talvez você não passasse de uma guerra, onde as batalhas eram as partes mais emocionantes da historia.


Hoje você esta aqui e meus olhos não brilham mais, e muito menos os seus, será que nossa sintonia é demasiada ao ponto de nos libertarmos ao mesmo tempo? Me pego agora pensando em você, e vejo minhas memórias turvas e o passado um tanto ridículo e sem sentido.


O que mais me impressiona é que esse desamor repentino realmente é presencial, ele está aqui, você não mais.


Antes eu sentia saudades suas, hoje eu sinto saudade do que sentia por você. Sinto-me mais tranqüila e mais segura, entretanto, mais vazia. Como se uma parte de mim estivesse faltando, mas não me fizesse falta.


Não me doeu suas declarações para sua amada, não me doeu ouvir você chorando por ela, e não mais me dói o fato de sua vida, seu corpo e seu cheiro não mais me pertencerem.


Se eu te amo? Amo! Da forma mais sublime que existe, te amo tanto ao ponto de não mais precisar de você, ao ponto de me sentir feliz somente ao ver seu sorriso e ouvir sua voz. Te amo hoje mais que antes, pois nesse momento eu te quero longe de mim, vivendo e amando quem quer que seja.


Eu te amo hoje tanto que nunca mais quero você, nunca mais desejo você por perto, e isso é a maior prova de amor que eu já presenciei.


Eu te amo! Agora, por favor, vista sua roupa e suma da minha vida.


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P.s.: Nem tudo o que se escreve é autobiográfico. só para os curiosos de plantão.

Beijos e boa leitura.

Lapso poético, pra variar

domingo, 28 de março de 2010




Mãos




Ai, essas mãos, merecem belos versos
que as descrevam em sua totalidade
essas mãos que sozinhas me hipnotizam
que quando percorrem meu corpo me enlouquecem
essas mãos que puxam meu cabelo
e deslizam suaves em meu rosto


essas mesmas mãos que gesticulam
acompanhando seu linguajar rebuscado
mãos que passam segurança
que me abraçam nos momentos de fraqueza
as mãos que seguram seu cigarro e seu copo
mãos que deveriam ter nomes proprios


as mãos que trabalham pesado
que são lindas até mesmo sujas
são as mãos que me levantam do chão
e me seguram gentilmente para eu não me machucar
as mãos que me fazem cócegas pra arrancar meus sorrisos
e que me tomam sem luxúria e sem pena



mãos que me fazem ver o céu

e me seguram ao seu lado
enroscadas em minhas coxas
ou simplesmente ali sozinhas
prendendo meu olhar



ai, essas mãos merecem belos versos
são as mãos mais lindas que eu já vi
as mãos mais broncas e perfeitas
habilidosas em sua maneira
me conquistaram quase que por inteiro
não somente por serem mãos
mas porque são suas...
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Desculpem a demora pra postar, meeeio sem tempo, maaas tá aí, lapso poético. kkkkkkkkkkkkkk
Beijos e boa leitura

Aqui

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mesmo que o tempo passe

E as lembranças borrem

E a saudade sufoque

Enquanto caminhamos por nossas vidas

Eu estarei aqui


Mesmo que a rotina abstraia

E a cortina se cerre

E o quarto se empoeire

Enquanto a cama se embriaga de solidão

Eu estarei aqui


Mesmo que a vontade cresça

E sua ausência se difunda

E o cheiro do seu cigarro se esvaia

Enquanto sua boca amanhece em outro hálito

Eu estarei aqui


Mesmo que a idade chegue

E nossos corpos padeçam

E o pecado se amenize

Enquanto nossos corpos se acomodam

Eu estarei aqui


Mesmo que bebamos de outras águas

E nos aproveitemos de outros corpos

E sem arrependimentos nos entregamos

Enquanto percebemos que os outros pares são só outros

Eu estarei aqui


Mesmo que a raiva me tome

E eu rasgue suas cartas

E incendeie suas fotos

Enquanto gravo em memoria nossos momentos

Eu estarei aqui


Mesmo que a frustração me visite

E meu eu se torne cético

E minha alma um pote vazio

Enquanto me consolo com nosso amor utópico

Eu estarei aqui


Mesmo que o fim se aproxime

E seu último suspiro se faça

E de minha boca caia o pranto

Enquanto espero com afinco minha hora

Eu estarei aqui.
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Beijos e boa leitura
 
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