Uma Noite Para Nós

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Quero saber qual mulher não gostaria de ser desejada como eu fui nesse poema.






Uma noite para Marcela
Marcelo Mayer

Anoiteço-me em teu embalo, me deito
Como se da última embriaguez foste tua alma
Calo tua boca com meu corpo
E tu anseias meu ensejo
E de teu seio me faço a calma

Tu me beijas segredos
Descobres o meu
De meu corpo nu, suado, rastejado
Pelas tuas pernas faço-me teu enredo
Que de tua rima me faço teu
E meu poema se faz calado
Porque de meu suor em tua boca
Meu verso torna-se um deleite no breu

Meu amor é sujo, vagabundo, deselegante
Porque te descarnar faz-me a tua carne
E tuas ancas que me apego sem luxúria
Beijo-te sem poder ver as estrelas
Pois da noite em que teu corpo me faz teu
Elas são as únicas testemunhas
A lua, uma coadjuvante
O sereno, um poema sem meio
A protagonista, tua cara suada e nua





Uma noite para Marcelo
Marcela Ohana


Quando em meu embalo se deitas
E com teu corpo minha boca cala
De teu suor mato a sede
De meu desejo me faço sua

Do mesmo amor sujo, vagabundo e deselegante
Teus versos em meus lábios
Tua voz tranqüila em meus ouvidos
Te abrigo em meu corpo farto
E nos sufocamos entre nossas rimas

De meu seio te ofereço o deleite
De minhas ancas profusas o cortejo
E entre minhas coxas te sacio
Do desejo que tanto anseio

Proibido

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Olá galera, essas férias... sem tempo de postar, muito ocupada deitada na rede de frente pro mar, com meu melhor amigo Calrton e acalmando essa cabeça inquieta. Mas deu tempo de escrever varias coisas no meu caderninho, vou passando aos poucos. Esse texto é mais um do meu lapso poeético que resolveu baixar em mim.


É sangue, não que sangra
Que corre que pulsa
Somos eu e você
Numa noite, numa vida toda
Desde hoje, ontem sempre
Somos a infância que foi curtida
E a adolescência bastarda
Somos sangue, que mistura
Sua boca na minha
Suas mãos em meu cabelo
Somos um, somos um todo
Numa rede, nas estrelas
E quando somos, nada mais
Somos sangue, e suor
Cheiro, toque, braços pernas, dedos
Somos afinidade, de outrora, agora
Somos tudo que combina, encaixa
Fogo, faísca, pele, língua
São olhares, sem palavras
Não se fazem necessárias palavras
Pois somos eu e você
Não somos amor, não somos paixão
Somos sangue, maldito sangue!




Beijos e boa leitura

Feliz ano todo

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Época de natal, novo ano, época de expectativas, de desejos, de metas e objetivos, de escrever aquela listinha com o novo regime, ou parar de fumar, ser mais calma, não chifrar mais o namorado, conseguir dormir sem lexotan, não dar pra o cafajeste da esquina, não dar no primeiro encontro, não dar antes do casamento... Parar de procurar pelo homem certo e começar a se conformar que a errada é você mesma.

Eu não sou uma pessoa de expectativas, não quero escrever um texto sobre o que eu quero que aconteça em 2010, se existe um 2009 inteiro para eu pensar a respeito.

Por exemplo, queria agradecer a não sei quem, mas agradecer, porque fala sério, se deus guia nossas vidas, ele ta de sacanagem comigo esse ano! Pelo curso dos meus sonhos que eu comecei, pelos meus alunos que eu tive, são quase 14 filhos que eu cuidei, pelo meu namorado perfeito que entrou ano comigo, pela minha família [Adams, busca pé...] que é a única que eu tenho, pelos meus amigos novos e velhos, pelo poker nosso de cada segunda ou quarta, pelas cachaças pelos cigarros.

Queria agradecer também ao meu ex-namorado perfeito por ter me dado um belo pé na bunda por eu não ser a mulher que ele espera pra vida dele, pela minha crise existencial que me fez largar tudo no meio do ano, pelos meus amigos que me apoiaram nessa fase, pelos meus amigos que se tornaram coloridos, e por eu ter me tornado uma pegadora de melhores amigos.


Obrigada. Por eu ter aprendido a andar sozinha, a viver sozinha, a curtir a solidão e perceber que

a melhor companhia possível é a minha.

Aos agradecimentos pessoais, minhas amigas Deborah, Zaíra, Mara, Talita, que me agüentaram durante minhas infinitas conversas, que foram meu diário, meu travesseiro, meus amigos Lipe, Jr, Bode, Erick, Herick, Cavalo, Goiano, Fozy, Anão, Manguinho e todos os agregados que eu me esqueci de citar, que fizeram do meu ano um ano mais divertido, como todos os outros.
Guga, Looman, Igor, Carlota, Maria Clara, Duda, Nanda, Rafa, Marcelinho, entre todos os meus alunos, minhas paixões.

Ao grande Catatau que alegra minhas madrugadas no MSN. E a Luciana que não precisa nem de palavras para conversar comigo. A Luizinho que foi voltou foi voltou e veio de vez. Aos meus amigos da faculdade, Kiara que me ensina a ser subjetiva, Daniel que me mata de inveja.

Ao professor Pablo que se tornou meu exemplo minha meta, meu ídolo.

Não daria pra agradecer a todos aqui, primeiramente porque não vou conseguir resumir tudo, mas quem passou esse ano comigo sabe o pedacinho que tem de mim, um agradecimento especial a Marcelo Mayer que chegou agora no finalzinho, e me fascinou com seus textos, me fez uma tiete numero um, e me mostrou ser uma pessoa ímpar de tudo.

Ah! A todas as pessoas que seguem o blog, muito obrigada, eu o recomecei agora e já escuto as pessoas elogiando e repassando, isso me da muito orgulho mesmo.

E por ultimo e não menos importante, ao meu filho Guilherme, que faz meus dias mais alegres ou irritantes, mas é minha razão de existência.

Gostaria de poder resumir, desejaria muitas coisas para 2010, porem eu não quero parar de fumar, e gosto de ser gorda, não quero um novo emprego, nem um novo amor, talvez muito dinheiro. Não quero mudar de vida, nem de personalidade, e cansei de escutar pessoas almejando coisas novas para um novo ano, que pra mim o reveillon não passa de meros 60 segundos que não transformam nada em p**** nenhuma.

Desejo a todos um Feliz Ano Novo sem desejo algum. Afinal, não há nada mais gostoso do que não saber o que está por vir.


Beijos e Boa leitura

Entre você e tantos outros

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Entre você e os outros

Entre o que é certo e duvidoso

Não mais você

Agora longe me atormenta

E quando perto não me agüenta

Sem maldade nem pudores

Tem cabeça de cinqüenta

Sempre aqui em algum sentido

Figurativo ou literal

Divago devagar em memórias

A procura da razão

Para você ser distante

Alem de eu ser o que sou

E aqui em meio a tudo

Procuro uma saída

Para me deixar aquecer de novo

Em algum bom colo

Que vaga por aí

Entre você e tantos outros

Que são somente outros
.
Beijos e boa leitura

O jogo

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009






Não me confunda
Não me julgue
Não me tente
Não me use
Não me abuse
Não me tenha
Não me traia
Não me subtraia
Não me prenda
Não me aprenda
Não me rode
Não me enlouqueça
Não me trate nem destrate
Não me mate nem me morra
Não me queira
Não me ame
Não sou sua
Eu sou minha
Eu sou mundo
Eu sou pranto
Eu sou canto
Sou novela
Sou doente
Que não sente
Que maltrata
Que sufoca
O desnudo
Um tanto mudo
Um desgaste
Uma lagrima
Não sou e ponto
Se afaste.

Beijos e boa leitura

Conto #1

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

E não satisfeito com sua vida, o bem vivido homem achou a fórmula para ser jovem para sempre, e quando eu digo sempre, quero dizer sempre mesmo, eternamente.
E ele viveu, teve tantas mulheres que não podia mais contar, viu o mundo passando a sua volta, tomou todas as bebidas que nunca havia provado, experimentou todas as drogas possíveis, e viveu como todo bom boêmio, leviano, viajou o mundo experimentando lugares e cores, como se auto intitulava um homem do mundo, achava que a vida era curta para viver tudo o que havia para ser vivido.
Viu as 7 maravilhas do mundo, acumulou um conhecimento insuperável, presenciou a evolução da história, da espécie, viu guerras, conheceu tudo o que a vida poderia oferecer.
Depois de tanto tempo, ele não passava de um ponto turístico “O homem que vive para sempre”, e se tornou a única coisa que poderia tornar, um contador de histórias.
E a coisa mais importante que ele aprendeu, ao se tornar eterno, que a vida só tem sentido por ter um fim.

Beijos e boa leitura

Agnóstica, Atéia e Marcela

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ela era uma menina linda, linda no sentido mais visceral que essa palavra poderia assumir, vivia em constantes mudanças, já foi loira morena e ruiva, nunca foi magra, e nunca contou calorias nem se descabelou por dietas. Era uma das poucas mulheres que se sentia bem com seus pneuzinhos e celulites. Seu nome quando estava com grande auto estima era Maria.


Não possuía escrúpulos, era manipuladora e prepotente, nunca gostou de ser procurada, escolhia seus homens a dedo e fazia o que fosse preciso para conseguir o que queria, já enganou garotos, já fez sexo por prazer, já disse eu te amo mentindo. Já foi enforcada pelas próprias mentiras. Seu nome quando estava atenta era Fernanda.


Tinha certeza que não pertencia a esse mundo, sua cabeça girava a mil, era inteligente, muito mais do que as outras garotas, tinha o senso de humor refinado, era sarcástica e irônica, fazia trocadilhos e sempre foi a diversão da turma, não tinha vergonha de falar em publico, nem de dançar em publico, possuía suas próprias danças e seu próprio jeito esquisito, sexy de alguma maneira estranha. Seu nome em seus surtos de loucura era Lílian.


Ela era feliz, em um estado quase absoluto, adorava suas tristezas, curtia as alegrias, mas sempre com a certeza que elas seriam passageiras, espremia todo o tipo de aprendizado que a vida poderia oferecer, gostava mais de sofrer do que de ser feliz eternamente, pois tinha um vício louco por aprender e evoluir. Seu nome em estados de evolução era Roberta.


Não acreditava no amor, no entanto, o seu coração possuía um único dono, o qual ela não conseguia nem pronunciar seu nome sem que para isso tivesse que desfrutar de uma dor imensa. E sim, esse parágrafo não tem sentido, e quem é insano de ver sentido no amor? Seu nome quando pensava nele era Carolina.


Era portadora de vários vícios, seu melhor amigo se chamava Carlton, era movida a base de nicotina e cafeína, viciada em livros, em séries, conversas cabeças, analisar pessoas, vodca, roer unhas, arrancar cabelos, tirar casca de ferida, computador, gírias, palavrões, sexo, sorrisos, coca cola, mc donald’s, cozinhar, observar. Praticamente tudo o que ela fazia era um vício, porque ela amava ser ela mesma, e tudo aquilo lhe trazia prazer. Seu nome era Emília.


Desconfiava que uma parte grande de sua cabeça era masculina, apaixonada por carros, jogava futebol, tomava cerveja, se reunia com os amigos para jogar cartas, bebia cachaça em dose e pura, falava sobre bola mulher e sexo sem pudor, com um tom de voz quase masculino. Fazia artes marciais desde pequena e nunca teve talento para balé, nunca brincou de Barbie, sempre jogou vídeo game e bola, andou de skate e patins. Nunca gostou de salto alto, maquiagem e escova progressiva, embora usasse todos os 3 itens anteriores, pois era vaidosa. Dirigia bem e tinha um senso racional que somente os homens possuem. Seu nome era Eduarda.


E ela era amada, chamada de louca por muitos, querida pelos amigos, se orgulhava por ser como era, amava seu jeito bonachão de ser, estabanado e esquisito. Encantava muitos assustava alguns, mas ela não ia mudar, apesar de viver em constantes mudanças, esse era o seu jeito, seu caos, sua metamorfose incessável. Seu nome verdadeiro era Marcela.



Ps.: Créditos do título dedicados ao ilustríssimo Marcelo Mayer, que além de ser um grande escritor e um talento desperdiçado, descobri recentemente que é um doce de pessoa. Sou sua fã!


Beijos e boa Leitura
 
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