Ela escreve poemas

domingo, 26 de setembro de 2010
Ela escreve poemas, como se a utopia da vida não bastasse, se esconde atrás dos versos, se aconchega entre suas rimas mal feitas. Gera conflitos e vive plenitude.
Ela escreve poemas, e acredita que todo bom poeta bebe da fonte da frustração e medo. Todo bom poeta tem vícios químicos, de amores, de linguagem. Que já não bastasse o sofrimento natural, o bom poeta acha pouco e passa sua dor para o papel, ludibriado e maquiado por bons adjetivos, uma sintaxe coerente e rimas idiotas. O bom poeta faz do leitor seu brinquedo.
Ela escreve poemas, pois seu reflexo no espelho zomba, ri, aponta e critica. Ela, que mudou seus conceitos, guardou seu corpo para o amor e se jogou nos braços daquele que um dia lhe tratou com desdém. Ela não sabe seguir regras, nem mesmo as que ela mesmo impõe.
Ela escreve poemas, porque a prosa lhe parece cortante, direta e sincera, e viver com suas próprias verdades é um tormento. Ela não tem mais forças para rir das crônicas e seus versos são falsos e ludibriantes, suas linhas com rimas que só ela entende são o que faz ela acordar todo dia com um sorriso roto na cara.
Ela escreve poemas, mas não sabe mais lidar com palavras, seus sentimentos agora apavoram e ela foge deles como o diabo da cruz. A vida a fez desacreditar de tudo, engana seus homens com o seu amor volátil, seus beijos dóceis e seu corpo carente.
Ela escreve poemas, para que seus dias sejam menos enfadonhos e sua cabeça se perca entre linhas. Escreve poemas para curar sua loucura, sua insônia e sua busca por algum sentido que a faça continuar caminhando.
Ela escreve poemas e neles acredita, se apega a tais ilusões pois são elas sua realidade, escreve poemas e através deles seus amores retornam, sua alma preenche, seu corpo sacia, seu sono descansa e seus pés não rastejam.
Ela escreve poemas, porque no caos da sua mente suas frases são as únicas coisas bem organizadas e sensatas. Ela cansou do mundo, das pessoas, das danças e das mentiras. Hoje ela vive plena, segura, amante, amada, supérflua e intensa e permanecerá assim até quando cansar de escrever poemas.

***********

Beijos e Boa Leitura

Embora, por ora, outrora.

domingo, 12 de setembro de 2010


Não entendo mais nem os tragos do meu cigarro, nem os goles das minhas bebidas, nem o gosto das bocas. Hoje sou inerte, desacreditada das valsas, dos tangos, esparramada em lençóis solitários, amanheço em transe, ludibriada pelas vagas memórias de meus sonhos, são eles que me mantém viva, nos meus sonhos meus sorrisos não são pequenos, minhas mãos não são falsas e meu corpo ferve.

Embora não os entenda, meus tragos são passivos, minha mente se desdobra em mil pedaços, meu coração que fora tão leviano um dia, agora repousa, esse coração que nunca pertenceu a ninguém e sempre foi seu, agora se satisfaz de memórias, se embriaga em um oceano nostálgico e sem graça. Numa eterna batalha com minha cabeça, que não admite pensar em você.

Entre retratos, retalhos sem retoques e devaneios, por um instante me perco em seus cabelos, longos, sua barba mal feita, sua pele estranhamente branca e seus olhos, meus olhos, e tudo aquilo que você foi um dia. Hoje seu cabelo é curto, sua barba não existe e sua pele tem um tom meio doente. Hoje suas rimas não cabem nos meus versos, seu cheiro me enjoa e seu cigarro me incomoda, minha cabeça cansou de pensar, meu coração agonizou e te deixou.

E agora eu não entendo os tragos do meu cigarro, não entendo os motivos dos meus porres, meu futuro virou loteria, meus planos evaporaram, e eu te amo da forma mais covarde que existe.
Ainda me resta os versos sem rimas, minha prosa sem sentido, minha cabeça caótica, meus falsos romances, meus livros e meu cigarro. Me resta o Chico, o Sérgio, o Ivan, o Vinícius, o Elvis, o Simonal, e todos os meus outros amores rotos e voláteis,  como haveria de ser.

*********

Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
Serão bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo miseráveis os poetas
Os seus versos serão bons
Mesmo porque as notas eram surdas
Quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira
Que animou todos os sons
E daí nasceram as baladas
E os arroubos de bandidos como eu
Cantando assim:
Você nasceu para mim
Você nasceu para mim
Mesmo que você feche os ouvidos
E as janelas do vestido
Minha musa vai cair em tentação
Mesmo porque estou falando grego
Com sua imaginação
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão
E eis que, menos sábios do que antes
Os seus lábios ofegantes
Hão de se entregar assim:
Me leve até o fim
Me leve até o fim
Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons
[Choro Bandido -   Chico Buarque]


Beijos e Boa leitura.

Dia do sexo

segunda-feira, 6 de setembro de 2010
  • Hoje é o dia do Sexo ...
  1. Minha gata ta comendo uma lagartixa aqui do lado, pelo menos alguem ta comendo algo aqui em casa.
  2. E a coisa mais excitante que eu escutei hoje foi, acorda vagabunda! Da minha delicada mãe
  3. Vou escutar "Sem Fantasia" e depois vou me matar
  4. E o máximo de um convite sexual foi o de Gisele pra jogar strip poker com as meninas
  5. E o mais perto de um orgasmo que eu cheguei foi o choque no chuveiro
  6. Mentira, o mais perto de um orgasmo foi o alfajor que eu comi no posto de gasolina
  7. Vou fazer uma bacia de pipoca, uma panela de brigadeiro, 2L de coca[cola] e esperar o ataque cardíaco
  8. E sexo verbal não faz meu estilo
  9. E minha webcam quebrou, nem sexo virtual
  10. E eu vou assistir Diário de uma Paixão e depois me matar
  11. E não tem nem chocolate em casa pra compensar a falta de sexo
  12. E só teria chocolate suficiente na fantástica fábrica, onde eu acabaria preferindo comer o Jhonny Depp
  13. E a única coisa cilindrica na minha boca é o meu cigarro.
  14. Vou ficar pelada na frente do espelho, pelo menos o meu reflexo vai me ver pelada.
  15. E que chegou mais perto de um pênis foi a salsicha com 2 ovos que eu fiz pra comer agora pouco.
  16. Nem o Serra, nem a umidade do ar, nem ninguem aqui pra me comer
  17. E eu vou jogar PS2 com meu filho
  18. E eu comendo sucrilhos com leite na frente do pc
  19. E eu não faço sexo há 4 meses.
  20. E eu to pouco me fodendo [literalmente]
  21. Vão se foder! 
 
© Coisa Nenhuma Com Nada | Designed by Thailand Hotels, in collaboration with Tech Updates, Webdesign Erstellen and Premium Wordpress Themes