Sobre o desejo

domingo, 27 de janeiro de 2013
De onde vem o desejo ela não sabia, mas descobriu que um sorriso pode ser mais perigoso que um vulcão, um cheiro pode causar mais dano que qualquer terremoto e o calor do corpo dele causa uma entropia em seus instintos.
Não se sabe de onde veio tamanha coincidência, como duas cabeças separadas conseguem ter tamanha sintonia. Se a vida é feita de acasos, esse acaso casou com o buraco que havia sido deixado para trás. Talvez ela soubesse controlar seus acasos, seus casos e seu próprio destino.
Talvez sejam as frases completadas, as piadas que não precisam ser ditas, ela não sabe dizer o que é mais gostoso, a sintonia entre suas cabeças ou seus corpos, ou a mistura disso tudo. Percebeu que a vida é feita de escolhas e ele a escolheu, mas seus corpos voláteis passeiam por outros gostos, por outros perfumes, mas aprenderam que a melhor coisa da ida é a volta.
O risco de se perder é atraente aos olhos dela, a luta contra seus próprios instintos ela tira de letra, ela não tem medo do sorriso que mais parece vulcão. Embora saiba que corram perigo, a estrada percorrida lhes parece deliciosa.
Não se sabe de onde veio o desejo, não se sabe para onde irá essa estrada, não se sabe nem ao certo o que é certo. Sem dramas, sem rótulos, sem tramas, na inércia de seus corpos que mais parecem imãs, um beijo é mais perigoso que cianeto.
Ela ama o perigo, as marcas roxas que o desamor causa, as marcas que saem, as que não aparecem a olho nu, o nu, se é amor ela também não sabe, ou sabe. Que tipo de amor desenfreado, desimpedido e pacifico é esse que só deixa marcas no corpo? O dela.
 
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