Carta ao Desamor VII

quinta-feira, 1 de setembro de 2011






Não querendo desmerecer a paixão, nem muito menos rir da sua cara ao olhar pra trás, talvez seja mais plausível rir de mim mesma.
Talvez um dia você consiga enxergar com clareza as coisas que seu ego e falta de auto estima tornam turvas.
Talvez você cresça e amadureça naturalmente, ou mais provavelmente precise levar alguns grandes tropeços na vida.
Independente de qualquer coisa, te escrevo esta carta, a ultima delas, para te agradecer por muitas coisas.
Primeiro, obrigada por me provar que eu ainda possuo sentimentos, você conseguiu despertar vários deles, do amor ao desprezo.
Segundo, obrigada por ter me transformado em outra pessoa, humilhada, fraca e sem amor próprio, me olhar no espelho dessa forma foi tão doloroso que deixar você pra traz facilitou bastante.
Terceiro, obrigada pelas palavras ácidas, gratuitas e cruéis, espero que nunca mais você precise usá-las com alguém, seu ego já foi massageado deveras.
Quarto, obrigada pelos bons momentos, por dois motivos: fizeram-me muito bem por alguns minutos e me fizeram perceber que interesse e falsidade podem sim partir de pessoas que gostamos e admiramos.
Quinto, obrigada pelos seus conceitos deturpados sobre mim, talvez você tenha conhecido a personalidade fraca que eu acabei sendo por você, pelo vicio masoquista que foi estar com você, tens razão, essa pessoa é desprezível e eu nunca mais quero sê-la.
Desculpe por ter amado demais, por ter me preocupado com você, por ter me dedicado tanto, por ter admirado tanto e colocado você num pedestal.
Desculpe por tentar cuidar de você, aconselhar você, tentar enxergar você, desculpe se eu achei que você poderia se preocupar com meus problemas, se eu pedi atenção demais, se eu perturbei a sua vidinha perfeita e cheia de paz.
Desculpe por achar que você precisava ou gostava de ter alguém na sua vida que te amasse e desejasse incondicionalmente, não percebi que você é perfeito e não precisa de ninguém.
Para terminar, porque você não merece nem minha câimbra no pulso por escrever demais, te desejo o melhor que essa vida tenha a oferecer, pois mesmo que por pouco tempo dentro das suas paredes de hipocrisia, mediocridade e falsas aparências, eu pude ver que ali bem no fundo ainda existe um ser humano de bom caráter.
Não conheço o destinatário dessa carta, talvez nem o remetente. Às vezes o que se vê é o que queremos enxergar, e agora não vejo mais nada. A ironia de dois amantes que se tornaram desconhecidos.






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Beijos e Boa Leitura.







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Carta ao Desamor III


Carta ao Desamor IV


Carta ao Desamor V


Carta ao Desamor VI


2 Pessoas que não levaram choque ao comentar:

  1. Debora disse...:

    Pra variar, você quase não me deixa réstias onde posso embasar meus comentários. :)

  1. Lara Lima disse...:

    É incrível a sensibilidade dos seus textos e como eles descrevem meus sentimentos. Mais uma vez: parabéns!

 
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