Não te culpo pelos meus erros, passei um bom tempo sofrendo conseqüências por deslizes que não foram meus.
Também não te culpo pelos meus devaneios, pelas minhas conversas insanas e meu comportamento pueril.
Não te culpo pela minha incoerência, pelas minhas manias, pelas minhas esperanças e utopias.
Também não te culpo pelas minhas lagrimas, pelas minhas crises nem pelas minhas dores.
Não te culpo pelos meus planos, meus enganos, meu jeito maluco de tratá-lo.
Pela primeira vez eu sinto que pago por erros meramente meus, por querer demais, por amar, por tratá-lo como se meu sentimento não existisse.
Mas você tem culpa, a culpa é sua de ser tão lindo e despertar meu desejo de longe.
A culpa é sua por ter se mostrado doce quando o mundo te fazia amargo, por ter me olhado nos olhos e me puxado pra dentro de suas paredes, por ter construído mais paredes pra ainda assim eu ficar de fora.
A culpa é sua de ter a voz e o abraço que me acalmam sem motivo aparente, por você ter se tornado uma parte de mim, minha parte favorita.
Inteira e completa culpa sua por fazer meu corpo ferver de uma maneira que é só sua, por despertar em mim minhas fantasias mais sujas, por bagunças meus instintos, fazer de meus sentidos um turbilhão.
A culpa é sua por me fazer ver perfeição em cada imperfeição sua, por ter me permitido cair de uma altura tão grande.
A culpa é sua por me compartilhar segredos, me contar seus medos e me fazer brinquedo, se enroscar no meu corpo sem pudor nenhum, por me mostrar uma intimidade que eu jamais vivi com ninguém.
Mas a culpa é minha por não ter noção de tempo, por exagerar sozinha, e pensar que eu era mais que um simples qualquer.
A culpa é só minha, por não perceber seus atos, ignorar seus fatos, por querer ser sua, talvez por eu ser uma louca dissimulada, talvez por amor, talvez por nada.
A culpa é minha, por não saber meu lugar lá no cantinho, não saber te poupar dos carinhos, não brincar com você como os outros.
A culpa é minha por te querer por perto pra sempre, te deitar no meu ombro e te confortar de todos os tropeços da vida, essa culpa ninguém me tira. Eu te quero comigo pra sempre, sem fantasias, sem mascaras, sem paixão. A culpa é minha por ir embora, eu preciso ir embora.
A paixão, meu bem, é possessiva, o amor é incondicional e ele venceu. Então eu te deixo com as lembranças do pouco que fomos, demais pra mim.
E quando você estiver aflito, abra esta carta e lembre-se que um dia alguém te amou tanto, gratuitamente, ao ponto de partir para poder caminhar com você no futuro.
Sem delongas, sem beijo de despedida, amigos.
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E Guilherme Arantes vai me ajudar... rsrs
Beijos e Boa leitura.
Esse post vai para minha parede juntos com muitos outros.