Carta ao Desamor VI

terça-feira, 17 de maio de 2011


Não te culpo pelos meus erros, passei um bom tempo sofrendo conseqüências por deslizes que não foram meus.
Também não te culpo pelos meus devaneios, pelas minhas conversas insanas e meu comportamento pueril.
Não te culpo pela minha incoerência, pelas minhas manias, pelas minhas esperanças e utopias.
Também não te culpo pelas minhas lagrimas, pelas minhas crises nem pelas minhas dores.
Não te culpo pelos meus planos, meus enganos, meu jeito maluco de tratá-lo.
Pela primeira vez eu sinto que pago por erros meramente meus, por querer demais, por amar, por tratá-lo como se meu sentimento não existisse.
Mas você tem culpa, a culpa é sua de ser tão lindo e despertar meu desejo de longe.
A culpa é sua por ter se mostrado doce quando o mundo te fazia amargo, por ter me olhado nos olhos e me puxado pra dentro de suas paredes, por ter construído mais paredes pra ainda assim eu ficar de fora.
A culpa é sua de ter a voz e o abraço que me acalmam sem motivo aparente, por você ter se tornado uma parte de mim, minha parte favorita.
Inteira e completa culpa sua por fazer meu corpo ferver de uma maneira que é só sua, por despertar em mim minhas fantasias mais sujas, por bagunças meus instintos, fazer de meus sentidos um turbilhão.
A culpa é sua por me fazer ver perfeição em cada imperfeição sua, por ter me permitido cair de uma altura tão grande.
A culpa é sua por me compartilhar segredos, me contar seus medos e me fazer brinquedo, se enroscar no meu corpo sem pudor nenhum, por me mostrar uma intimidade que eu jamais vivi com ninguém.
Mas a culpa é minha por não ter noção de tempo, por exagerar sozinha, e pensar que eu era mais que um simples qualquer.
A culpa é só minha, por não perceber seus atos, ignorar seus fatos, por querer ser sua, talvez por eu ser uma louca dissimulada, talvez por amor, talvez por nada.
A culpa é minha, por não saber meu lugar lá no cantinho, não saber te poupar dos carinhos, não brincar com você como os outros.
A culpa é minha por te querer por perto pra sempre, te deitar no meu ombro e te confortar de todos os tropeços da vida, essa culpa ninguém me tira. Eu te quero comigo pra sempre, sem fantasias, sem mascaras, sem paixão. A culpa é minha por ir embora, eu preciso ir embora.
A paixão, meu bem, é possessiva, o amor é incondicional e ele venceu. Então eu te deixo com as lembranças do pouco que fomos, demais pra mim.
E quando você estiver aflito, abra esta carta e lembre-se que um dia alguém te amou tanto, gratuitamente, ao ponto de partir para poder caminhar com você no futuro.
Sem delongas, sem beijo de despedida, amigos.

*****

E Guilherme Arantes vai me ajudar... rsrs


Beijos e Boa leitura.

1 Pessoas que não levaram choque ao comentar:

  1. Wanessa Saraiva disse...:

    Esse post vai para minha parede juntos com muitos outros.

 
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