De onde vem o desejo ela não sabia, mas descobriu que um
sorriso pode ser mais perigoso que um vulcão, um cheiro pode causar mais dano
que qualquer terremoto e o calor do corpo dele causa uma entropia em seus
instintos.
Não se sabe de onde veio tamanha coincidência, como duas
cabeças separadas conseguem ter tamanha sintonia. Se a vida é feita de acasos,
esse acaso casou com o buraco que havia sido deixado para trás. Talvez ela
soubesse controlar seus acasos, seus casos e seu próprio destino.
Talvez sejam as frases completadas, as piadas que não precisam
ser ditas, ela não sabe dizer o que é mais gostoso, a sintonia entre suas cabeças
ou seus corpos, ou a mistura disso tudo. Percebeu que a vida é feita de
escolhas e ele a escolheu, mas seus corpos voláteis passeiam por outros gostos,
por outros perfumes, mas aprenderam que a melhor coisa da ida é a volta.
O risco de se perder é atraente aos olhos dela, a luta
contra seus próprios instintos ela tira de letra, ela não tem medo do sorriso
que mais parece vulcão. Embora saiba que corram perigo, a estrada percorrida lhes
parece deliciosa.
Não se sabe de onde veio o desejo, não se sabe para onde irá
essa estrada, não se sabe nem ao certo o que é certo. Sem dramas, sem rótulos,
sem tramas, na inércia de seus corpos que mais parecem imãs, um beijo é mais
perigoso que cianeto.
Ela ama o perigo, as marcas roxas que o desamor causa, as
marcas que saem, as que não aparecem a olho nu, o nu, se é amor ela também não sabe,
ou sabe. Que tipo de amor desenfreado, desimpedido e pacifico é esse que só
deixa marcas no corpo? O dela.
Sintonia, química, outras vidas... Algumas coisas não se explicam, só se sentem e os rótulos, na maioria das vezes, não nos acrescentam nada, é só um nome dado pela/para sociedade.
Acredito em tudo que é verdadeiro, seja livre, aprisionado, desenfreado, moderado ou desimpedido, desde que o seja para os dois.
;)