Palmas para o RESTART

terça-feira, 26 de outubro de 2010


Esse texto não fala de amor, não se constrói em versos e nem muito menos é engraçado.
Hoje é o dia do musico, e também não vim aqui fazer uma homenagem aos meus amigos músicos que são muitos e queridos.
Eu vim falar de musica. Meu computador é repleto de samba de raiz, MPB, bossa nova e tudo o que a musica brasileira pode me oferecer, sou completamente apaixonada pela musica brasileira. E por musica entenda qualquer coisa que não seja funk, forró, swingueira e afins.
Não, não sou hipócrita, para os que me vêem frenética dançando nos finais de semana nas vaquejadas, eu gosto de farra, escuto esse tipo de musica infernal porque é inegável o quanto é legal tomar todas ao som dessas merdas.
Mas esse texto também não é sobre o meu gosto musical, é sobre essa nova onda de bandas coloridas, em especial o Restart, eu sei que nunca escrevi sobre nada nem ninguém aqui, mas de umas semanas pra cá, certas coisas começaram a me incomodar, e andei pensando bastante nisso.
Eu sou uma garota de 24 anos, considero meu gosto musical excelente, se quero dançar escuto Simonal, Elvis Presley, se quero refletir coloco um Zé ramalho, Chico, Tom. Pra sofrer o Sérgio Sampaio e todas as suas frustrações me saciam. Mas quando eu tinha 12 ou 14 anos, eu tive minha fase Spice Girls Backstreet boys e N’sync, e eu me vestia de calça de veludo e colete de onça, usava tênis de plataforma, fazia cachinhos no cabelo pra ficar igual a Scary Spice [Mel B]. Colecionava posters dos backstreet boys e sabia [e sei até hoje] as letras decoradas, coreografias, tudo. Tinha uma queda pelo AJ, quando todas as outras sempre preferiam o Nick-Brian-Kevin. Enfim, onde quero chegar é, eu tive minha fase grupie de bandinhas de moda e sobrevivi, hoje tenho minhas opiniões sobre musica, escuto o que quero e gosto sem que para isso eu precise ficar por aí xingando as bandas que hoje fazem sucesso.
Nunca tinha ouvido falar em Restart, só ouvia coisas do tipo “bandinha colorida dos viadinhos de merda” “não presta” “musica ruim”, enfim. Não entendo de qualidade musical, e comecei a ver vídeos desse Restart no youtube por vários dias seguidos, e sinceramente não vi nada de absurdo, as musicas dele falam de amor, de alegria, de amizade, passam uma mensagem de companheirismo, muito melhor do que bosta de rebolation, papai tá dodói e qualquer dessas letras medíocres de forró.
Os meninos se vestem coloridos, assim como as spice girls se vestiam esquisito e os backstreet boys se vestiam com roupas de couro engraçadas. A calça do Pe Lanza só me dá nervoso porque parece que vai cair a qualquer momento, mas e daí gente? Pior essas dançarinas de funk, que também atingem o publico pré adolescente, outro dia levei meu filho numa exposição de cachorro e estava tocando em ritmo infantil “Dói um tapinha não dói”, pasmem. Cores são legais.
Mas o que me da mais raiva, são os pseudo-cults, querendo criticar a banda, insinuando a preferência sexual dos meninos, PORRA! Que tipo de moral você tem pra tentar rebaixar uma pessoa usando de ameaças a escolha sexual? Eles nem são gays e isso me revolta, como se ser homossexual afetasse de alguma forma na qualidade musical ou personalidade da pessoa, e você não escutou Cazuza? Renato russo? Queen? Elton John? George Michael? Rob Halfort? Se você acha que ser gay faz da pessoa inferior em qualquer sentido, você é tão patético e medíocre quanto suas criticas aos meninos do Restart.
Eu confesso que criei uma certa simpatia com eles, não pela musica, realmente o ritmo não me agrada e as letras eu acho meio bobocas, mas pra os fãs adolescentes, não são de forma alguma degradantes. Mas quer saber? Eles não tão nem ai pra você que inventou o boato que eles são gays, pra você que vaiou o premio deles no VMB, nem muito menos pra você que olha com cara de deboche para as roupas deles. Eles tratam as fãs com um carinho demasiado, estão sempre sorrindo e são super carismáticos. Talvez um dia a musica deles amadureça, o visual amadureça, ou talvez não, e eles sejam esses fenômenos passageiros, assim como os meus ídolos pré adolescentes. Mas afirmo  aqui toda a minha admiração por eles, pela tranqüilidade como eles aceitam as criticas e os xingamentos alheios desses babacas que não tem um mínimo de poder argumentativo. FIM.

O garoto do violão

terça-feira, 12 de outubro de 2010



Esse garoto me alucina, quando me beija em segredo, quando me toca em sussurros, quando me olha nos olhos. Ele tem a pele clara, a barba mal feita, os olhos tão lindos e as bochechas gostosas. Ele domina meu corpo com graça, me faz cafuné pra dormir, me puxa os cabelos e me crava os dentes. Ele só quer saber do seu rock’n roll.
Esse garoto morde meus lábios, me empurra pra longe, ilude meus ouvidos e depois ri da minha cara. Brinca com meu corpo, viola meus sentidos, enlouquece meus instintos e desintegra minhas rimas. Ele só quer saber dos acordes do seu violão.
Esse garoto confunde meus conceitos, retira meus direitos, me faz errar a conta. Ele zomba da minha utopia e ignora minha razão. Ele entorta minha linha, estraçalha minhas muralhas, me agarra em longos braços, se coloca entre minhas pernas e faz de minhas regras o ridículo. Ele só quer saber dos acordes do seu violão.
Esse garoto me confia segredos, me anseia seus medos, me conta seu dia. Ele segura minha mão, mas não caminha ao meu lado, se deita em meu peito, mas não sonha comigo, ele respira minha loucura e inspira meus pensamentos. Me desmonta com os dedos, me derrete com sua língua, me morde os seios e me faz amor. Se deita ao meu lado, acende um cigarro e pensa nos próximos passos. Ele só quer saber dos acordes do seu violão.
Esse garoto é minha tortura, meu inferno, minha maior tentação. Escapar é utopia, resistir já não faz mais sentido. Eu gosto dos beijos falsos, do gosto da sua boca, do cheiro da sua pele. Transformo momentos, crio fantasias, descubro seus truques e driblo suas cifras. Do amor eu esqueço, do pranto me acalmo, em seus olhos me envaideço e nos seus braços não me prendo. Não o desejo sem sua ironia, não o amo sem suas vaidades, não o quero sem suas manias, pois grande parte das minhas melhores danças saíram dos acordes de seu violão.


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Beijos e Boa Leitura

Casual

sexta-feira, 8 de outubro de 2010



Ela o ama da maneira mais tranqüila possível. Ela não o deseja perto, mas sempre o mantém guardado. Eles vivem de forma leviana, alimentados pelo desejo, encandeados pelos conceitos, eles não tem conceitos, não fragmentam sua relação, não nomeiam nem burocratizam sua situação.
Ela o ama, admira e o devora, faz do corpo dele totalmente entregue o seu mundo por algumas horas, e ela o beija como se aquela embriaguez a tirasse o pranto. Ele a olha nos olhos como se a fome saciasse.
Eles se amam como podem, ele não pertence a ela, mas anseia por seus carinhos, ela não pertence a ele, mas alucina por seu corpo. Passam dias, meses e anos, eles se aproveitam de outros gostos, e eventualmente se encontram como duas partículas vagando num caos. E possuem a sintonia perfeita.
Ela o ama, pois ele não se importa com seus absurdos, não abusa dos seus momentos e não discute com seus instintos. Ele a ama porque ela faz de seu corpo a paixão, dos seus beijos carinho e do seu peito segurança. Eles se amam, pois juntos encontram ternura, enroscados se tornam prazer e separados são verdade.
Ela o ama com maestria, ele a ama com calor. Juntos misturam segredos e ocupam suas noites aleatórias.
Eles se amam há anos e nunca estiveram juntos ou separados. Eles se amam nas madrugadas frias, nas ressacas imperdoáveis e nos dias ociosos. Ele é a melhor escolha dela e ela é a mais gostosa conquista dele.
Eles se amam por algumas horas, em alguns dias, até que a vida os separe.


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Beijos e Boa Leitura
 
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